quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Dois anos após enchentes em Barreiros, e a reconstrução ainda está longe do fim


15/08/2012 14h00 - Atualizado em 15/08/2012 14h00

Allan Buarque (BN) em Barreiros-PE                                          Fonte: Barreiros News


O dia 18 de junho de 2010 ainda permanece vivo na memória dos moradores da cidade dos Barreiros, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Naquela data, as chuvas registradas no agreste pernambucano elevaram os níveis dos rios Una, Mundaú e Paraíba e de seus afluentes e causaram uma das maiores tragédias naturais da história do Nordeste. Foram 47 mortes, 150 mil desabrigados ou desalojados e 30 mil casas destruídas, além de mais de 3.000 quilômetros de vias públicas arrasadas. As enxurradas levaram 26 municípios a decretar estado de calamidade pública, nos estados de Pernambuco e Alagoas.
Dois anos após a tragédia, constatamos que, apesar das promessas e esforços das autoridades, a construção das novas casas e prédios públicos anunciados ainda está longe de ser concluída.
Em Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, uma das cidades mais prejudicadas pela cheia de junho de 2010. Das quatro mil casas prometidas, menos de 1000 foram entregues. Das cinco pontes destruídas pelo Rio Una apenas duas passarelas foi construída para população. Ainda há crianças estudando em galpões improvisados porque as escolas não foram recuperadas.

As principais ruas do município foram recuperadas e o comércio conseguiu se recompor. Já os bairros mais afastados permanecem com dificuldade de acesso pela ausência das pontes, arrastadas pelo Rio Una, em 2010.

Revoltados, os moradores do distrito colocaram uma faixa na beira do rio com os dizeres: “dois anos sem nada”. “Passou 2011 inteiro sem eles nem aparecerem aqui. Como este ano tem eleição, agora colocaram uns trinta homens nas obras das duas pontes só para tapear. Será que em dois anos não se constrói uma ponte?”, protestou um morador de Baeté.

O distrito de Rio Una conta com uma passarela metálica para que os moradores cheguem ao Centro de Barreiros. A ligação ajuda o dia a dia da população, mas está longe de satisfazer as necessidades do povo.
Duas das maiores escolas da cidade permanecem funcionando em galpões improvisados. Os estudantes convivem com calor e goteiras, além de não terem espaços adequados para práticas esportivas.

Cerca de duas mil famílias de Barreiros permanecem recebendo auxílio-moradia. Elas tiveram suas casas destruídas na enchente e aguardam a conclusão dos loteamentos em construção na periferia do município. Para receber o imóvel novo, os moradores têm que assinar um termo autorizando a demolição da casa antiga, na área de risco.
O Hospital Municipal de Barreiros aparentemente está pronto e segundo informações seria inaugurado, pela ultima vez, no dia 19 de julho, justamente, coincidindo com o aniversário da cidade, mais isso não ocorreu. Enquanto isso a população de Barreiros sofre sendo atendido em um local pequeno onde a população denomina de “buraco”.
Todos os barreirenses esperam que essa triste situação que se encontra a cidade termine logo, mais a reconstrução ainda está bem longe de ter um fim.

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